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World of Warcraft: O Início de uma Jornada

Lembro como se fosse hoje o dia que comecei a jogar World of Warcraft.

Como sempre, por influência de amigos, um grupo que havia conhecido no Dota (saudoso Dota, comecei no 5.84c) alguns anos antes e já havíamos criado uma bela amizade. Estávamos no Ventrilo (programa usado para conversas, como Skype ou TeamSpeak; não sei se ainda é usado) quando fui ficando curioso com o modo como eles descreviam um novo game que haviam baixado, uma versão expandida do universo de Warcraft e Warcraft II que passamos madrugadas jogando, porém sozinhos. A famosa memória compartilhada.

É fato que tudo o que se joga com os amigos é mais divertido e isso sempre me fascinou no multiplayer, principalmente o cooperativo. Foi-se a época em que games eram uma experiência solitária e World of Warcraft era basicamente unir duas paixões: os RPGs de mesa e os jogos eletrônicos. O Mestre era a própria Blizzard, que criara um mundo fantástico, gigantesco, como nunca visto antes, lotado de quests, segredos e desafios para manter os jogadores, nós, ocupados por meses; inocentes amigos ainda sem a exata noção do que iriam encontrar dali para frente.

Ironicamente, a primeira vez que loguei foi em um servidor pirata. Depois de passar vários e vários minutos para criar o meu primeiro personagem (um undead warrior), estava tentando entender como funcionava aquilo tudo. Parecia um jogo de ação normal em terceira pessoa, mas foi ficando interessante à medida que eu fui reconhecendo lugares clássicos da franquia e conhecendo pessoas que cruzavam o meu caminho. Sem dúvida era uma experiência diferente.

Mas, ao mesmo tempo, aos poucos fui sentindo a necessidade de jogar o game original. Como todo mundo que já passou por esses servidores da vida sabe, eles são lotados de bugs irritantes. No meu, as comidas e águas não recuperavam HP e nem mana, e quando você se engajava em uma batalha simplesmente não conseguia fugir. Você podia correr uma meia maratona e o bicho continuava atrás de você, até morrer ou ser morto. Uma tática que havia inventado era levá-los até os guardas da cidade mais próxima e deixava que ele fizesse o trabalho sujo (risada maléfica).

Isso foi no começo de 2006. Pouco tempo depois, resolvemos comprar o jogo original para ter uma experiência completa. Lembro que alguns relutaram (“vamos pagar mensalidade?”), mas nosso grupo acabou comprando, todo. Jujuba, Kadu, Grieco, Teteco, Anso e eu (Palmito). Depois de recebermos a CD-Key e o tempo de jogo via e-mail (compramos em um importador, Eduardo Speller, já que não havia suporte oficial no Brasil), logamos para criar mais uma vez nossos personagens.

Segui de Warrior, mas dessa vez fiz um Orc. Aqui confesso algo: detestava os personagens da horda. Achava feios, mas com o tempo não só acostumei como joguei 99% do meu tempo nessa facção. O nome: Blazgri; careca, verde e barbudo. Sempre gostei de personagens estupidamente fortes e aquela abertura sensacional me convenceu a criar um. Pena que, no jogo, ele parecia muito menor, mas não tinha problema.

Andando por Durotar, tentava entender a complexidade daquilo tudo. De cara, notei que cada raça tinha um início diferente (Orcs e Trolls compartilhavam o mesmo, hoje não mais). Era um mundo realmente grande (coitado, nem imaginava o quanto), cheio de recursos (várias profissões para mover a economia ingame), lotado de gente (conheci vários e vários amigos ao longo dos anos) e de coisas para fazer (você começava matando porco, mas todo mundo tem que começar de algum lugar, certo?).

Lembro até hoje do fascínio com que Kadu falou ao ver Undercity pela primeira vez: “Nossa, Ju, olha que doido! O trono onde o Arthas matou o pai!”. Realmente, para quem vinha dos jogos anteriores da franquia, principalmente o segundo e o terceiro, ver em 3D cenários famosos que havíamos passado apenas em cut scenes ou em construções limitadas, era algo sensacional. Queria ter ainda as screenshots que tirei desses primeiros meses de World of Warcraft, mas todos esses momentos ficaram perdidos como lágrimas na chuva.

Foi quando começamos a entender como o jogo funcionava ao encarar as primeiras dungeons e termos que criar outros personagens, baseados no que um grupo precisava para funcionar organicamente. Essa minha segunda personagem, uma Troll Priest chamada Hillary, foi minha companheira por 3.000 horas de jogo entre 2006 e 2009.

Mas isso é papo para uma outra hora. Aguardem nosso próximo capítulo e vejam abaixo uma galeria com fotos das primeiras versões de World of Warcraft.

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